Desde que anunciaram a privatização da Cepisa, distribuidora da Eletrobras, responsável pelo fornecimento de energia no Piauí, o Sindicato dos Urbanitários do Estado do Piauí (SINTEPI) vem enfrentando uma batalha para tentar impedir a ação. Segundo o presidente da entidade, Paulo Sampaio, os trabalhadores da Cepisa passam por uma grande ameaça, pois ao ser privatizada uma empresa, ela terá outras formas de adaptação.

“Os trabalhadores da Cepisa, não só aqui do Piauí, mas são seis empresas distribuidoras, totalizando seis mil e quinhentos trabalhadores que passam agora por essa ameaça, a gente sabe que ao privatizar a empresa controladora futura, ela tem outra forma, outro procedimento de capitação”, disse.

Paulo conta que o sindicato não defende somente o interesse corporativo, mas luta também pelo direito da sociedade. “O patrimônio dos piauienses a gente sabe que ao privatizar o custo da energia vai aumentar, a Cepisa tem a função social como distribuidora de energia pública, inclusive do acesso a quem não tem energia, nós defendemos o acesso, defendemos que tenha uma tarifa justa”, pontuou.

De acordo com o presidente da entidade, é esperado que seja apresentado um plano de garantia de emprego para os trabalhadores. “Nós temos uma parte que são do quadro renovado, com mais de 100 empregados pelo último concurso público, mas também temos uma parte de trabalhadores aposentados trabalhando, então nós aguardamos que esse processo possa tratar os trabalhadores de forma justa”, disse.

Para o diretor jurídico do sindicato, Francisco Marques, a Cepisa será entregue para um grupo de empresas que são investidoras no mercado e que visam, principalmente, o lucro e não tem uma função social como uma empresa pública.

“Esse processo, ele vem acontecendo em um ambiente desfavorável para a população brasileira. Somos contra a privatização porque a privatização para nós não é mais nenhuma incógnita, nós já conhecemos várias empresas no Brasil que   foram privatizadas e as consequências não têm sido boa para os trabalhadores, que são demitidos e aqueles que permaneceram, um total de 10%, eles são bastante pressionados, eles também contratam trabalho terceirizado”, contou.

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PAULO SAMPAIO

FRANCISCO MARQUES