O Exame Nacional do Ensino Médio ( Enem ) vai passar por reformulações para se adequar às mudanças estabelecidas pela reforma do Ensino Médio e um novo modelo deve ser apresentado ainda este ano. A informação foi repassada pelo Ministro da Educação, Rossieli Soares, durante o 2º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, organizado pela Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), que acontece em São Paulo, com o patrocínio do Instituto Unibanco.

O novo formato está sendo estudado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e depende da aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio, que ainda está em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE).

O BNCC vai definir o conteúdo mínimo que deverá ser ensinado em todas as escolas do país. A expectativa é que sejam aplicadas diferentes provas para avaliar as escolas de acordo com a grade de conteúdo escolhida, já que não haverá um padrão como ocorre atualmente.

As mudanças, no entanto, devem ser implementadas somente em 2020. “O Enem precisa muda. Essa prova não pode ser o norte do Ensino Médio e precisa, urgentemente, se adequar à revisão curricular” , afirmou o ministro.

A nota do Enem é a porta de entrada para o Ensino Superior através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A prova exige conhecimento em linguagem, matemática, ciências humanas, ciências da natureza e redação.

Reforma do ensino médio

O novo modelo do ensino médio foi sancionado no ano passado e prevê que apenas as disciplinas de matemática e linguagem sejam obrigatórias. As outras áreas de conhecimento devem ser distribuídas, com uma carga horária mínima de 1.200 horas, de acordo com os critérios estabelecidos pelas redes de ensino, pertencendo a um modelo chamado de itinerários formativos.

Outras 1.800 horas deverão ser guiadas pela BNCC. Isso significa que, com a reforma, os estudantes poderão escolher entre o aprofundamento em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico.

Ainda durante o encontro, Rossieli Soares saiu em defesa da reforma e destacou que as disciplinas devem se comunicar entre si. “Os alunos devem ser estimulados naquilo que são bons. Não podemos cobrar que o Neymar (jogador de futebol) seja o melhor no basquete”, afirmou o ministro ao fazer um comparativo com as habilidades esportivas.

Meio Norte