O vereador José Luís de Carvalho (PTB) reafirmou em entrevista ao Grande Jornal, na Rádio Grande FM, que a eleição onde foi escolhido presidente da Câmara Municipal de Picos transcorreu respeitando o regimento interno da casa, portanto, possui validade jurídica.
“O presidente da Mesa Diretora baixou um edital antecipando a eleição […] que deveria acontecer até o dia 12 do próximo mês. Mas, nesta terça-feira (26), o presidente baixou um novo edital ditando as normas para a eleição que aconteceria nesta quinta-feira (28). O documento estipulava até às 13h da quarta-feira (27) como prazo limite para o registro de chapas. Nós registramos a nossa por volta das 10h30, ele também registrou a dele e fomos para o campo atrás de apoio”, relata Carvalho.
“Como reza a democracia, procurei os vereadores da bancada de oposição que já haviam negado apoio ao atual presidente. Após isso, o colega nos surpreendeu com um ato suspendendo o pleito, alegando ilegalidade em um projeto de emenda à Lei Orgânica antecipando a eleição da Mesa Diretora que ocorreria no mês de dezembro, aprovado por 13 dos 15 vereadores”, complementa o vereador.
Confira a entrevista: José Luis de Carvalho
Contestando a afirmação do seu adversário na disputa – de que a eleição não passou de uma encenação – o petebista garante que a sessão teve sim validade jurídica. “Fiz uma consulta jurídica, fui orientado pelos advogados que poderíamos realizar a eleição seguindo o regimento da casa. E assim nós fizemos. Chegamos no plenário, abrimos a sessão conduzida pelo 2º secretário da Mesa atual […], que tem a função de conduzir os trabalhos na ausência dos demais membros, e o plenário é soberano para derrubar o ato da Mesa Diretora”, reforça o presidente eleito.
O parlamentar negou que tenha havido invasão às dependências do Poder Legislativo. Segundo ele, havia um servidor no prédio e a porta que dá acesso ao Plenário Pedro Barbosa estava apenas encostada. “Nós encontramos um dos vigias, que abriu as portas do prédio. Já para acessar o plenário, uma das portas simplesmente estava só encostada”, garantiu.
Irmão Zé Luís ainda contestou as declarações dos ex-aliados de que a bancada petebista teria cometido um ato de traição. “É simples: há um ano e meio atrás esse mesmo querido amigo Hugo Victor se elegeu com os votos da oposição que estava na mesa, e que não tinha um do PTB lá, e nós não entendemos que foi ato de traição, não. Era um direito de ele viabilizar sua eleição […] Ele até me convidou para compor sua chapa, mas essa decisão não era minha e sim do partido, que entendeu que como maior bancada deveríamos ter um candidato. Agora, ele foi atrás da oposição e recebeu um não; eu consegui dialogar com a bancada oposicionista e montamos uma chapa. Será que se ele tivesse viabilizado sua eleição, teria cancelado o pleito?”, interroga Carvalho.
Apesar de ter declarado a sua candidatura como independente e não de oposição ao Palácio Coelho Rodrigues, Zé Luís disse que se surpreendeu com a decisão do prefeito Padre Walmir (PT) de exonerar os secretários indicados pelo PTB, incluindo o seu irmão Elizomar de Carvalho, que ocupava a pasta de Serviços Públicos.
“Para mim foi surpresa, eu sou base de sustentação à administração, votei em todos os projetos de interesse da gestão. Sempre tive ao lado dele desde a campanha. Quando ele estava com 13% nas pesquisas e nem o partido dele queria andar com ele, eu estava com meu grupo acompanhando-o. Eu esperava que meu prefeito não interferisse na eleição da Câmara, que é um poder independente, e ele interferiu diretamente”, declarou.
O parlamentar ainda salientou que o acordo firmado entre sua legenda e os vereadores da bancada de oposição não será desfeito, independente do que possa ocorrer com o resultado da eleição.
Outro lado
Procurados pela reportagem do Grande Jornal, o vereador Hugo Victor informou que está adotando medidas cabíveis que resultem na anulação da eleição para escolha da nova Mesa Diretora da Câmara Municipal de Picos. Já o prefeito Walmir Lima não foi encontrado para comentar o assunto.