Quatorze prefeitos, dois ex-secretários estaduais tiveram os números de seus celulares clonados durante o mês de junho no Piauí. Os golpistas conseguiram obter o controle do aplicativo de mensagens dos celulares dos políticos e causaram prejuízos a pessoas ligadas às vítimas, e assim teriam causado prejuízos de milhares de reais às prefeituras e a amigos.
Segundo um levantamento da Associação Piauiense de Municípios (APPM), 14 prefeitos foram vítima do golpe: Lagoinha Uruçuí, Simões, Curimatá, São Raimundo Nonato, Bocaina, Barro Duro, Rio Grande, Caridade, Santana do Piauí, Prata, Oeiras, Floriano e Dom Expedito Lopes. Os secretários estaduais de administração, Franzé Silva, e de governo, Merlong Solano, também estão entre as vítimas.
O delegado Daniel Pires, titular da Delegacia de Crimes Virtuais em Teresina, explicou o método utilizado pelos golpistas. “Eles têm acesso a chips em branco, e conseguem instalar os números das vítimas através de um software. A partir daí, conseguem o controle dos aplicativos”, disse o delegado. Segundo ele, o golpe pode ser aplicado a partir de qualquer local do país.
Com o número clonado, os golpistas usavam aplicativos de mensagens, como Whatsapp, para ludibriar vários contatos das vítimas. Depois de clonados, os donos dos celulares não conseguiam mais usar seus próprios números. De acordo com Gil Carlos, presidente da APPM e o prefeito de São João do Piauí, os golpistas analisavam as relações dos prefeitos com seus contatos, e escolhiam aquelas pessoas que tivesse acesso à movimentação financeira das prefeituras.
“Se passando pelo gestor eles solicitavam pagamentos de notas ficais falsas, e o servidor, de boa fé, efetuava aquele pagamento”, disse Gil Carlos. Segundo a APPM, no caso mais grave R$ 11 mil foram subtraídos através do pagamento de boletos bancários de uma prefeitura que não foi identificada. Em outros, como em Santana do Piauí e Oeiras, os servidores conseguiram perceber a fraude e fazer a contra ordem de recursos, evitando o prejuízo.
Outro método utilizado pelos golpistas, segundo Gil Carlos, era escrever mensagens em que o dono do número parecia estar em uma situação de risco e precisando de um empréstimo urgente. “Eles analisam as conversas, encontram pessoas que tenha uma amizade e pediam o dinheiro”, relatou o prefeito.
De acordo com a APPM e com assessores das vítimas, os prefeitos e ex-secretários de governo registraram boletins de ocorrências sobre os casos nas delegacias das cidades e em Teresina. A APPM enviou um ofício para o Delegado-geral, Riedel Batista, solicitando a abertura de um inquérito policial sobre os crimes.
G1