Subiu para três mortes de pacientes com suspeita de infecção hospitalar na Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina. A promotora Karla Carvalho, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAODS), confirmou ao G1 que a morte ocorreu início de junho, antes da denúncia de problemas na estrutura física e falta de medicamentos e materiais para exames na unidade.

Na semana passada, duas mulheres morreram em apenas dois dias na maternidade sob suspeita de infecção. Já outra paciente internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com o mesmo quadro clínico, teve morte cerebral confirmada na sexta-feira (15) em decorrência de uma púrpura trombocitopênica trombótica (PTT), uma alteração hematológica rara, não associada a infecção.

“Essa terceira morte ocorreu antes da vistoria feita pelo Ministério Público, Conselho Regional de Enfermagem e Conselho Regional de Medicina, no qual foi constatada diversas irregularidades na maternidade. Já requisitei informações sobre o caso e um estudo dos óbitos para análise dos prontuários destas pacientes e assim indique se essas mortes são por conta da deficiência da unidade ou de pré-natal, como alega a direção”, explicou a promotora.

Para Karla Carvalho, é preciso ter cautela e espera um levantamento concreto da Comissão de Controle Hospitalar (CCH). O G1 procurou a assessoria da maternidade, mas não foi encontrada pela falar sobre o caso.

A promotora destacou que mesmo após a vistoria, os problemas na maternidade continuam os mesmos. A presidente do CRM, a médica Míriam Parente, disse que irá propor um indicativo de interdição ética na maternidade. A proposta será analisada no Conselho na próxima segunda-feira (18), que deve deliberar sobre as condições de trabalho no local. Se aprovado, os médicos serão impedidos pelo conselho de trabalhar nos setores problemáticos da maternidade.

“A maternidade continua com deficiência no laboratório, com a falta de medicamentos e materiais para exames. Foi solicitada a aquisição de sabonetes, insumos e bactericidas, como o lodo povidine para limpeza terminal, que desinfetar o ambiente de bactérias e não é feita há um mês, tornando o ambiente propício para infecção”, comentou.

Ainda segundo a promotora, uma paciente está internada na UTI da maternidade com quadros de infecção hospitalar e cinco na enfermaria com mesmo quadro.

G1