Estar filiado a um partido político no mínimo seis meses antes da data das eleições é o principal requisito para quem pretende sair como candidato. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em todo país cerca de 16 milhões estavam filiados a um dos 35 partidos políticos em 2016, no ano do último pleito.
No Piauí, os dez maiores partidos em número de filiação totalizavam 307.497 pessoas naquele ano, mas a lista sofreu redução de 28% este ano. Agora, os partidos disponibilizam 221.536 filiados. Como critério de inclusão e de elaboração do ranking dos maiores partidos, foram analisadas as listas partidárias das siglas que possuem representantes do estado nos legislativos estadual e federal.
Já em relação ao número total de filiados a todos os partidos, houve um crescimento considerável de 285 mil para 306 mil, de março de 2016 para 2018.
De acordo com os dados do site do TSE, quando comparado os anos de 2016 e 2018, o MDB continua sendo o maior partido do Piauí, com mais de 39 mil filiados; seguido do PT, com 28.028; e do PSDB, com quase 26 mil. O MDB também foi a sigla que sofreu a maior baixa, com 11.831 filiações canceladas e 1.668 desfiliações registradas este ano; seguido do PTB, com 11.912 cancelamentos e 761 desfiliações; e o PSDB com 10.674 cancelamentos e 574 desfiliações.
A filiação partidária é cancelada em casos de morte, perda dos direitos políticos ou expulsão. O cancelamento ainda poderá ocorrer judicialmente ou pelo sistema quando for comprovada a coexistência de filiações partidárias ou forem detectados, no processamento, registros com idêntica data de filiação, segundo o TSE.
Para o cientista político Bruno Melo, a queda está diretamente ligada ao cenário de desilusão com relação à política e às instituições democráticas. “Os partidos são vistos como uma coisa ruim por natureza e eles refletem esse cenário de desconfiança, por isso viram o alvo principal. Tudo que é visto como algo tradicional na política acaba sendo vinculado a algo negativo”, afirma.
Além dos escândalos nos últimos anos, a fragilidade ideológica das siglas também contribui para as desfiliações, segundo o especialista. “O sistema partidário no Brasil não é consolidado. Vemos com frequência os partidos não só trocando de ideologia, de acordo com os interesses em um dado momento, mas também mudando de nome, para tentar se desvincular de algumas marcas”, pontua.
O Dia