Obras abandonadas, falta de estrutura, bolsas atrasadas, professores com contratos encerrando e para piorar quase 300 disciplinas estão sem professores. Esta é a situação da maioria dos campi da Universidade Estadual do Piauí (Uespi).

No município de Oeiras, o campus da universidade funciona onde era uma escola e obra iniciada nunca foi concluída. A situação é tão caótica, que um professor decidiu fazer greve de fome na semana passada para cobrar melhorias na instituição.

“Nós temos uma infraestrutura muito precária. O campus que era para ter sido inaugurado em dezembro do ano passado e até hoje se encontra obra abandonada. Nós temos quatro cursos, sendo que três estão sem reconhecimento do Conselho Estadual de Educação, justamente porque não tem estrutura e faltam docentes”, revelou o professor Marlon Lacerda.

Em Teresina, a falta de professores prejudica mais alunos. Estudantes do curso de letras espanhol reclamaram das disciplinas sem docentes e a coordenação alega que todos os profissionais estão com as cargas horárias preenchidas.

“Quando não temos determinada disciplina, vamos para outra subsequente e sem compreender alguns termos essenciais. O que termina comprometendo o resultado final do curso”, comentou o estudante Lourenço Júnior.

A situação vem piorando a cada período. Até ano passado faltavam professores em 70 disciplinas, já em 2018, o número subiu para 275 disciplinas em que os alunos estão impossibilitados de cursar.

“O prejuízo é muito grande, primeiramente porque perdemos alunos. Estudantes de primeiro bloco que têm seis disciplinas para cursar e apenas uma tem professor, eles desistem da universidade. Nós temos casos de campus, como de São Raimundo Nonato, que no curso de geografia tem 16 disciplinas sem docentes”, destacou a coordenadora da Associação de Docentes da Uespi, Rosângela Assunção.

Outro problema é o contrato dos professores temporários que encerra neste semestre e sem previsão de substitutos, podendo aumentar as disciplinas sem docentes. O assunto foi pauta de uma reunião nesta quarta-feira (13) entre professores, reitoria e governo do estado, que prometeu homologar o concurso do estado autorizado ano passado e realizado em 2018.

A Universidade Estadual do Piauí afirmou que o pagamento de bolsistas e estagiários, foi regularizado Em relação ao andamento da obra do novo campus em Oeiras, a instituição afirmou que está negociando a retomada da obra com o governo do estado. A instituição reconhece o déficit de professores, mas diz que a situação será sanada com a convocação dos professores aprovados no último concurso.

G1