Professores da Rede estadual de Ensino de Picos participam, nessa sexta-feira (08), de uma assembleia para definição de uma nova greve. A paralisação, segundo a presidente regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Gisele Dantas, começa a partir desta sexta-feira (08). Ela afirma que o Governo do Estado não tem cumprido com os acordos firmados após a última greve.
Gisele opina sobre a decisão do governador Wellington Dias com relação ao repasse do percentual do piso salarial dos educadores e fala sobre os motivos para a segunda paralisação de 2018 da categoria.
“Não é fácil retomar novamente essa greve agora já no mês de junho. A paralisação já começou a partir de hoje. Quando nós saímos da greve em março, com o dissídio coletivo assinado na justiça, ficamos em estado de greve, caso o governador não cumprisse com o acordo, que foi o que aconteceu, ele não cumpriu, então a gente decidiu por retomar o movimento. […] Nós estamos muito revoltados com tudo isso que está acontecendo, é um desgaste muito grande para nós professores, nos destrói muito por dentro nós termos que iniciar uma greve, a gente olhar para o nosso aluno e dizer que vamos retomar a greve, mas é necessário, porque o governador já fez toda artimanha para não cumprir esse acordo e o que diz a lei sobre o reajuste salarial, que é de 6,81%”, pontuou.
A presidente regional do Sinte explicou a forma como o governo determinou o repasse do reajuste. “E para completar, ele com má intenção, enviou a lei com a palavra ‘até’, onde está o problema maior, porque a gente já sabe que ele fez o veto da lei, para que a Assembleia possa assinar essa lei, só que ele enviou com a palavra ‘até’, que muda todo o contexto. Que diz assim: ‘O projeto de lei objetiva reajustar em até 6,81%’. Então aí onde está o problema, a lei vai ser promulgada, vai ter a tramitação, só que vai vir com o ‘até’. […] Estamos aguardando a promulgação desta lei e vamos ver qual vai ser o entendimento do governador, que quando a lei tiver promulgada, o sindicado vai também entrar com uma ação de execução que ele cumpra de acordo com o dissídio, que não tinha essa palavra que muda o contexto”, explicou.
O professor, Natanael Martins, fala que a categoria não tem recebido o apoio e respeito que merece por parte do governo. Ele fala que não é apenas a questão salarial que é levada em conta, mas a valorização do profissional.
“A gente não queria que acontecesse o movimento, mas a gente quer que nesse momento seja fortalecido o movimento, porque o governo não se comprometeu com o acordo que ele fez juntamente com o sindicato, OAB, Ministério Público e não cumpriu. Então a gente está lutando por uma coisa que é uma lei, está estabelecida, foi uma conquista dos professores, uma lei que garante um piso salarial dos professores, que era para ter dado em janeiro e até hoje ele não cumpriu de forma plena […]. A função do professor vai muito mais além do dinheiro, do vencimento, mas nós temos família e necessitamos do nosso sustento”, argumentou.
A aluna Edna Maria, estuda o primeiro ano de Farmácia no PREMEM, ela fala que, mesmo sabendo que ficará sem aula e que poderá atrasar o período, apoia a greve dos professores. “Eu apoio, porque nós precisamos de recursos e o governo não está dando. O que adianta nós estarmos indo para a escola e não tem os recursos que precisamos? É melhor estarmos fazendo greve”.
Ela falou ainda da situação dos estudantes que estão sem transporte escolar. “Antes nós tínhamos ônibus, só que agora nós temos que pagar por nossa conta e tem muita gente da minha sala que não está indo para a escola porque não tem dinheiro para pagar”.
Ana Cariele, é aluna do primeiro ano do curso técnico de Serviço Jurídico do PREMEM, ela também afirmou que apoia o movimento dos professores. “Eu sei que isso vai atrasar os alunos, mas por outro lado, nós temos que entender os professores, eles precisam desse ajuste. E outra, se o governo não cumpriu, vai atrasar todo mundo. Eu sei que não é bom para eles e nem para nós, mas eu sou sim a favor da greve”.
A assembleia aconteceu na manhã de hoje no auditório do sindicato e contou com professores de várias escolas estaduais de Picos e também de alunos que são favoráveis ao movimento dos profissionais em educação.