“Eu acredito que essa crise é apenas uma pequena ponta de um grande iceberg que ainda está bem escondido. O Brasil vem sofrendo muitas circunstâncias que abalam sua estrutura como a economia. Hoje nós temos nesse iceberg uma crise fiscal, tributária, um Estado autofágico, que engole as próprias despesas.”, analisa o economista.
Desde 20 de fevereiro, o preço da gasolina vendida pelas refinarias da Petrobrás aumentou 35%. Somente no último mês, o aumento foi de 19%. Cabe ressaltar que, nesse período, não houve nenhuma mudança estrutural na cadeia produtiva dos derivados de combustíveis, o que torna muito frágil a tese que enxerga os aumentos dos combustíveis como decorrência dos impostos e dos cartéis dos postos.
George Mendes aponta como uma das saídas para esse problema uma reestruturação e uma redução das taxas tributarias, que impedem a competitividade das empresas no mercado.
“O mundo é global e a saída não vai ser localizada. Os tributos no Brasil precisam tomar outra equação, não podemos sofrer com a carga tributária elevada sem perder a competitividade. Temos que criar condições para que a produtividade do Brasil possa crescer, temos que criar condições para que as empresas trabalhem melhor, garantirem lucros e compensem o capital. Não existe outra saída”.
De acordo com o economista, as reformas estruturais devem acontecer o quando antes e com muito diálogo.
“A gente tenta cobrir a cabeça e os pés aparecem, se tenta cobrir os pés a cabeça fica de fora. Devemos seguir melhorando e ter coragem de enfrentar politicamente os problemas que são econômicos. Temos que fazer as reformas necessárias que o país precisa, inclusive a da previdência, podemos adiar, mas ela é inevitável. O problema dos país é fiscal.”, fala.
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