Servidores do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI) decidiram deflagrar greve depois de assembleias realizadas na manhã e na tarde da última quarta-feira (30). A paralisação deve ter início na terça-feira (05) e se estende por tempo indeterminado. O movimento grevista é nacional, outros hospitais, sob o comando da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), também irão parar os serviços.
Atualmente o HU-UFPI tem aproximadamente 1.400 funcionários, devido à greve, somente 30% do setor de serviços essenciais e 70% da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estararão funcionando. O ambulatório, que envolve serviços como marcação de consultas e exame, fechará 100%.
A categoria diz que a greve nacional foi decidida coletivamente depois de uma plenária nacional realizada na segunda-feira (28), em Brasília, e duas assembleias locais. Ainda segundo a categoria, houve a necessidade de realizar a paralisação depois que as negociações com a Ebserh não levaram a um acordo com as reivindicações apresentadas pelos servidores.
Dentre as propostas apresentadas pelos trabalhadores estão a desvinculação das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2018 do ACT de 2017; abertura de mesa de negociação local; melhores condições de trabalho; ampliação do funcionamento do ambulatório aos sábados para melhor atender a população; concurso público para o HU-UFPI, entre outros.
De acordo com Miguel Viana, funcionário do HU-UFPI e delegado sindical, as negociações com a Ebserh iniciaram bem, mas a empresa passou a oferecer propostas que retiravam direitos já conquistado pela categoria.
“As negociações começaram bem até chegar na cláusula financeira. Nesse momento a empresa fez uma proposta em que retirava direitos que a gente já tinha conquistado e foi daí que foi decidido pela greve, pois as negociações pararam. A empresa veio com o discurso de retirar direitos, como o direito ao retroativo de salário, do reajuste do salário, do ano passado, que ainda não tivemos”, explicou Miguel.
O delegado sindical afirmou ainda que entre as reivindicações, algumas estão em acordo com a realidade de Teresina, como a questão dos atendimentos aos sábados.
“Outra reivindicação importante é a questão da ampliação do ambulatório para funcionar aos sábados, porque diferente de outros hospitais, o HU está fechando aos sábados, ele está diminuindo os serviços nesse dia, como as consultas de saúde da mulher, além de melhores condições de trabalho. Para se ter uma ideia, os profissionais que atuam no HU Piauí, estão adoecendo. Lá nós temos algo em torno de 600 atestados e a maioria dos atestados são devido a problemas psiquiátricos. Outra pauta importante que estamos levantando é a necessidade de haver mais concurso público para o hospital”, finalizou.