As clínicas e hospitais de Teresina que tratam doenças mais complexas estão preocupados com as consequências negativas da greve dos caminhoneiros que ainda segue nas principais capitais do país. Medicamentos de alto custo estão parados em empresas aéreas de São Paulo, porque a prioridade nos aeroportos é a decolagem de aviões com passageiros e não os de carga.
Segundo a vice-presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Laboratórios do Piauí (SINDHOSPI), Raquel Vilar, a situação pode ficar crítica. “Muitos medicamentos de alto custo, medicações chamadas antiangiogênicas e termolábeis (oncológicas e que necessitam de refrigeração) já estão com a sua chegada em Teresina prejudicada, então a greve já está afetando sim. Temos cargas paradas no aeroporto de Guarulhos por conta da falta da greve e a informação que temos é que estão dando prioridade para a decolagem dos aviões de passageiros e não os de carga”, relatou.
Esta é uma realidade já trazida pela greve que, realmente tem afetado aeroportos em todo o país. Muitos voos, inclusive, estão sendo cancelados por conta do racionamento de combustível gerado pela greve dos caminhoneiros. “Estes medicamentos chegam semanalmente, muitos não dá para estocar por muito tempo, então o que posso dizer é: caso esta situação não seja regularizada o quanto antes, na próxima semana não teremos condições de realizar vários atendimentos. E isso, com certeza é a realidade de muitas clínicas”, enfatizou Raquel Vilar, acrescentando que os fornecedores de medicação do Piauí são todos de fora do Estado. “Estamos sim, muito preocupados”.
UTIs não sofrem com a greve
No caso do fornecimento de oxigênio, para hospitais que oferecem Unidades de Terapia Intensiva (UTI), por enquanto não há a preocupação com o fornecimento do mesmo. Em alguns hospitais, caso haja cancelamento ou atraso no fornecimento, estes são equipados com usinas próprias de oxigênio. Os medicamentos, nestes hospitais de grande porte também estão garantidos, já que fazem estoque para durar pelo menos um mês.
“Até agora estamos tranquilos porque estamos vendo que existe uma negociação, mesmo com o movimento continuando. Nós temos estoque para um mês, pelo menos porque trabalhamos com UTI e isso nos faz trabalhar desta forma para garantir a segurança dos nossos pacientes”, disse Dr. José Cerqueira, proprietário de uma rede de hospitais de alta complexidade de Teresina. “Não acreditamos que vai faltar oxigênio não e caso o nosso fornecedor tenha problemas, nós temos aqui uma usina interna para nos abastecer”, garantiu, esclarecendo que os hospitais de grande porte trabalham sempre com esta margem de segurança.
No Hospital Getúlio Vargas (HGV) e o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) também não há alarde. A assessoria de imprensa dos dois hospitais garantiu que o estoque de oxigênio e medicação está garantido.
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