Levantamento da Confederação Nacional de Trabalhadores de Segurança Privada (CONTRASP), apontou 32 ataques à instituições financeiras no Piauí em 2018. A média de ataques chega a oito por mês, segundo o estudo. Quatorze bancos foram explodidos entre treze cidades no estado.
O Presidente da CONTRASP, João Soares, defende a limitação do volume de dinheiro transportado e armazenados pelos bancos. “Tem que haver um controle de limite para transportar nas rodovias. Nos caixas eletrônicos também tem que haver um limite para evitar a ação dos bandidos. Os valores transportados nos carros fortes são muito altos”, disse João Soares acrescentando que hoje em dia há carros fortes que transportam R$ 20 milhões.
Maio começou com o 14° banco assaltado em 2018
Na madrugada da terça-feira (1), uma agência do Bradesco de Monsenhor Hipólito, Sul do Piauí, foi o 14° banco assaltado no estado somente este ano. Em 2018 os ataques começaram no dia 12 de janeiro, em Altos e com registros posteriores nas cidades de Patos do Piauí, Jaicós, Cocal, Angical, Piripiri, Castelo do Piauí, Inhuma, Piracuruca, Simplício Mendes, Gilbués e Barras.
Conforme João Soares, os armamentos usados pelos seguranças privados não se comparam com o poder de fogo dos bandidos. “A quantidade de ataques a carros fortes com explosão de carros fortes é muito grande e os profissionais de segurança privada não tem um armamento adequado para reagir a esse tipo de assalto. A gente tem uma discussão pra mudar esse armamento para pistola ponto 40 e nos carros fortes e rodovias, os fuzis 5 e 5.6” disse o presidente.
Os ataques também afetam os correspondentes bancários, que também são vítimas do assaltos, e a população que não consegue realizar transações. “Aqui no Piauí, nós temos várias cidades do interior que estão reabrindo, mas sem dinheiro. Então isso é ruim e a população sofre muito com essa falta de dinheiro por que precisa circular dentro da cidade. Temos aposentados, comerciantes e todos precisam de dinheiro. É como se você abrisse um supermercado sem mercadoria” afirma Arimateia Passos, presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí.
Segundo o delegado Willame Moraes, coordenador do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (GRECO), mais de 20 prisões foram feitas entre os meses de janeiro a abril. “Em relação a repressão a esse tipo de crime, nós estamos, neste ano, relativamente melhor do que os anos de 2017, 2016 e 2015. Quase a totalidade deles já vem do sistema prisional, ou seja, já responde a um tipo de crime” falou o delegado.
Willame Moraes destaca que os ataques acontecem normalmente no interior, onde o contingente policial é reduzido. “Então não depende da polícia, depende das instituições bancarias com um investimento maior na segurança. Se eles tivessem algum mecanismo que impedissem a obtenção desse lucro, que é o que visa esses assaltantes, com certeza esse tipo de crime não existiria” concluiu.
Os Correios afirmaram em nota que desenvolvem ações preventivas em parceria com os órgão de segurança em nível estadual e federal para investigar e coibir os assaltos.
G1 PI