O superintendente do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) Ney Ferraz afirmou, em entrevista ao Portal AZ, que mais de 500 pessoas recebiam auxílio-doença de forma irregular no Piauí. Esse dado foi apontado através de revisões para identificar fraudes dentre os beneficiários.

“Esse dinheiro público que está posto, no qual é pago milhares de benefícios que podemos considerar alguns irregulares e ilegais, estava sendo pago mensalmente de forma errada e isso gerava um prejuízo duplo. Atualmente, através de inúmeras revisões feitas pelo INSS, no Piauí, foi constatado que cerca de 500 a 600 pessoas recebiam auxilio doença há mais de 20 anos. Ou seja, há uma irregularidade. Se a pessoa está há mais de dois anos recebendo esse benefício, teria que ser revertido em aposentadoria por invalidez, mas não foi feito. É culpa da administração pública e de vários setores dessa área em que estamos mais que tardiamente tentando redimir o que foi feito”, declarou o superintendente Ney Ferraz.

O gestor informou que quase 80% dos segurados, quando convocados para aferição de regularidade, apresentaram não mais estarem acometidos pelas enfermidades que lhes proporcionaram o direito de receber o benefício.

“Boa parte dessas irregularidades constatadas foram negadas administrativamente pelo INSS, mas conseguidas judicialmente em um momento passado. Quando é conseguido judicialmente não é dada uma data fim e por, acredito eu, inoperância ou desinteresse não convocam essas pessoas para que sejam feitas as revisões”, ressaltou.

Com essas revisões, o Piauí está entre os estados que mais conseguiu recuperar o dinheiro de benefícios pagos de maneira irregular.

“De todos os benefícios, temos mantidos 640 mil segurados que estão recebendo o equivalente à R$ 750 milhões que o órgão injeta na economia do Piauí. Essas revisões geram para o estado aproximadamente R$ 100 milhões. O Piauí é o terceiro estado do Brasil que mais consegue reaver dinheiro de pagamentos ao erário público que foi feito de forma irregular”, pontuou o superintendente.

Ney Ferraz ainda esclareceu que esses dados devem ser vistos como “prestação de contas” à sociedade sobre o que está sendo feito com o dinheiro público, e que, inclusive, está sendo monitorado pelo órgão.

“Isso pode ser interpretado como uma agenda negativa , mas pelo contrário, nós temos que trazer como uma agenda extremamente positiva porque serve para mostrar para sociedade que ainda existem órgãos federais que estão trabalhando diuturnamente para mostrar que estamos fazendo o correto, pagando para pessoas que têm direito”, frisou.

Portal AZ