As fortes chuvas que têm caído sobre o Piauí nos últimos meses têm mudado o cenário que os piauienses, sobretudo do semiárido, não viam há bastante tempo. Barragens cheias, vegetação verde. “Esse tem sido o melhor inverno dos últimos 10 anos no Piauí”, é o que afirma o superintendente de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar), Romildo Mafra.
De acordo com ele, o Piauí possui mais de 100 barragens, dessas, a Secretaria monitora diretamente aquelas acima de 3.000.000 m³, que giram em torno de 40 barragens, sendo que, desse total, muitos sangraram, como no açude Ingazeiras, que atende a população dos municípios de Paulistana e Acauã.
Além disso, a maioria está com a capacidade acima de 80%, inclusive as barragens que estavam em situação crítica devido à estiagem dos últimos anos, como em Algodões II, Piaus e Joana conseguiram acumular bastante água. “2018, com certeza, não faltará água nem para o ser humano, nem para os animais, nem tampouco para irrigação e piscicultura. Esse é um ano positivo no ponto de vista dos nossos mananciais”, declarou o superintendente.
Ainda de acordo com Romildo Mafra, exceto a problemática ocorrida na Barragem do Bezerro, em José de Freitas, não há nenhum risco de rompimento em outras barragens do Piauí. “Todas as outras barragens estão sob nosso controle e fora de perigo. É positiva essa nossa situação com o acúmulo de águas nos nossos açudes e nos dá garantia de abastecimento durante todo o ano, até nas regiões consideradas críticas, como no Sul do Piauí”, acrescentou.
Monitoramento para evitar rompimentos
O Governo do Piauí, através da Semar, em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), tem delimitado a utilização de água de suas barragens com um Marco Regulatório, que é uma legislação específica para o sistema hídrico, onde estão definidas as regras gerais de uso ao longo dos anos, prevendo os níveis dos reservatórios e o que é permitido em função da quantidade de água estocada naquela barragem, evitando conflito entre os usuários.
Além de garantir uma segurança maior nas decisões sobre o uso dos recursos hídricos do Piauí, a Semar vem fazendo o acompanhamento, monitoramento e reavaliação periódica das condições dessas barragens. Com relação ao volume dos rios, o superintendente Romildo Mafra destacou que o Rio Parnaíba recebe água liberada pelas comportas da Barragem de Boa Esperança, por isso a Semar não tem como avaliar o aumento do volume de água do rio.
Meio Norte