Mais de 100 pessoas no Piauí foram vítimas de um golpe praticado pela proprietária de uma loja virtual (Chez Gaby), que poderá responder pelo crime de estelionato. Os clientes realizaram a compra dos produtos, pagaram pela mercadoria, mas nunca receberam. De acordo com a Polícia Civil do Piauí, as vítimas teriam perdido uma soma que pode chegar a R$ 400 mil.

O 12º Distrito Policial acompanha o caso. O delegado responsável pela investigação, Ademar Canabrava, preferiu não gravar entrevista, mas informou que pelo menos 40 boletins de ocorrência já foram registrados e que quatro intimações foram enviadas para a residência da proprietária da loja, identificada como Ana Gabriela, que não foi localizada. Somente nesta sexta-feira (23), dez vítimas do suposto golpe prestaram depoimentos. Até a próxima semana o inquérito deverá ser concluído.

A loja de Ana Gabriela trabalha principalmente com produtos importados e possui apenas um perfil nas redes sociais. As negociações ocorriam por um aplicativo de mensagens e o valor dos produtos – referente ao pagamento – eram depositados na conta da mãe da proprietária.

Uma das vítimas foi a empresária Tatiana Lívia dos Santos, que há três meses comprou um vídeo game para o filho, que nunca chegou a brincar com o produto.

“Já passou natal, já passou ano novo, carnaval, e até o momento eu só recebo desculpas de que a ‘caixa’ vai chegar, o produto nunca chega. Para falar a verdade, eu não tenho mais expectativa nenhuma de receber. A única coisa que eu quero é o meu dinheiro de volta”, desabafou a empresária.

Outra vítima foi a advogada Gina Bastos. Ela pagou o referente a R$ 9.300,00 por um notebook e um celular. Depois de cinco meses sem receber pelo produto, ainda no ano passado, ela pediu o dinheiro de volta, mas, até o momento, não foi reembolsada.

“Ela disse que iria devolver em janeiro deste ano e fez a programação de dois depositados. Ela fez essa projeção e depois cancelou. Eu acredito que ela não tinha mais esse dinheiro. Depois falou que o pai dela iria ao banco resolver e na semana seguinte me pagaria. Eu não quero mais que isso, são R$ 9.300,00”.

Para outra vítima, que preferiu não se identificar em entrevista ao Jornal do Piauí, a proprietária da loja chegou a falar que o pai, que seria responsável por entregar os produtos, iria vender alguns bens para poder quitar todas as dívidas. Essa vítima disse que o prejuízo chega a R$24 mil.

“Ele me ofereceu carro com motor batido para que eu vendesse e me pagasse. Me ofereceu que eu vendesse pedras e me pagasse. E me ofereceu terreno, que ele valeria R$ 20 mil, para eu vender por R$ 50 mil tirasse o meu débito e devolve-se o troco para ele. Ele não queria resolver, ele queria era me enganar”, contou a vítima, que preferiu não se identificar.

O Jornal do Piauí tentou contato com a proprietária, mas não obteve retorno. A produção tentou localizar os pais da jovem, para esclarecimentos, mas também não foram localizados. O Cidadeverde.com está com o espaço aberto para posteriores esclarecimentos.

Cidade Verde