Levar serviços de alta complexidade para mais piauienses já é uma realidade que o Governo do Estado comemora, também, no sul do Piauí. Há um ano, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) implantava o serviço de neurocirurgia no Hospital Regional Tibério Nunes, em Floriano, tornando essa região em uma referência em saúde da alta qualidade, comparável a grandes centros hospitalares.
A oferta do serviço no interior do estado reduziu cerca de 50% das transferências dessa área para a capital, já que atende urgência e emergência, com plantonistas especializados 24 horas. Em um ano, foram 1.439 pareceres, 276 cirurgias, 1.164 atendimentos ambulatoriais neurológicos, 575 internações (sendo 551 adultos e 24 pediátricas) e acompanhamento de 140 pacientes na UTI adulto e 10 na UTI neonatal.
“A neurocirurgia era um dos grandes problemas para a região sul do estado, devido ao número crescente de acidentes, principalmente de motocicletas, o que gerava um número significativo de transferências dos hospitais regionais para o HUT. Em um ano, percebemos o grande impacto da implantação do serviço em Floriano, com a redução significativa nas transferências de pacientes para a capital”, comenta Florentino Neto, secretário de Estado da Saúde.
Para a implantação da neurocirurgia, a Secretaria da Saúde dotou o hospital com o Centro de Diagnóstico por Imagem, com a oferta de exames de tomografia computadorizada. A realização desse procedimento impulsionou a instalação do serviço, o primeiro no centro-sul do Piauí a ofertar o serviço pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O Tibério Nunes conta ainda com 10 leitos de Terapia Intensiva (UTI) adulta.
Assistência comparada aos grandes centros
O Tibério Nunes conta com 14 neurocirurgiões que atuam também no HUT. O neurocirurgião Cleciton Braga, que integra a equipe do Tibério Nunes e também do HUT, afirma que a assistência dada na unidade do interior do estado se equipara a de Teresina, como o Hospital de Urgência. “A neurocirurgia de Floriano faz todos os procedimentos cirúrgicos que o HUT faz. Em termos de cirurgias de traumas, qualquer uma é operada em Floriano, igual como seria no HUT. Material cirúrgico já tem na mesma quantidade e na mesma qualidade que tem no HUT”, afirma o profissional.
Ele relata que, na implantação, havia grande resistência por ser um serviço no interior. “No começo, a gente sofria muito isso. Eu mesmo operei uma sobrinha de uma técnica de Enfermagem que ela não queria que a gente operasse lá. Ela queria vir para Teresina, isso lá no começo. Eu disse para ela, ‘se ela fosse para Teresina, no dia seguinte ela ia me ver lá’. Garanti a ela que insumos e material humano são os mesmos, em Floriano e em Teresina”, disse Cleciton.
Passada a resistência inicial, com os resultados da resolutividade do serviço, houve o crescimento dos atendimentos, já que a segurança e qualidade foram sentidas pelos pacientes e familiares.
Daniela Alves, que acompanhava a irmã, Cleonísia Alves, vítima de acidente de trânsito entre Marcos Parente e Landri Sales, reconhece “que ela foi muito bem atendida. Sem falar que encurtou a distância. Se ela tivesse que ser transferida para Teresina, talvez ela nem chegasse viva.
O tempo na assistência, como citado por Daniela, é outro grande diferencial na assistência, como explica o neurocirurgião Cleciton Braga. “Alguns hematomas, se você operá-lo dentro de quatro a seis horas depois do trauma inicial, você consegue uma sobrevida ou uma qualidade de vida muito maior. Encurtar duas horas na assistência vai melhorar, e muito, a probabilidade dele sobreviver ou ficar sem sequelas”, explicou o médico.
Ascom