A Polícia Federal entregou um relatório ao Ministério da Justiça, no qual alerta sobre os riscos de parcerias entre políticos e chefes do narcotráfico para as eleições deste ano, especialmente no Rio de Janeiro.

De acordo com a reportagem do jornal O Globo, o documento foi encaminhado na última semana, seis meses após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) emitir o mesmo alerta.

No entanto, embora haja diagnósticos oficiais, nenhuma investigação foi aberta para identificar suspeitos e prevenir a interferência do crime nas urnas.

A publicação destaca que, no Rio, não há procedimentos de investigação abertos na Procuradoria Regional Eleitoral (PRE-RJ) e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) sobre a influência dos criminosos nas 19 áreas mapeadas pelo TSE, que colocam mais de 1,1 milhão de votos sob a custódia de milícias e facções criminosas.

No relatório encaminhado ao ministro Torquato Jardim, a PF refere que “além do risco de criminosos elegerem um representante direto, há o perigo destas organizações interferirem para impedir a campanha de candidatos que não sejam apoiados por traficantes e milicianos”.

Jardim admitiu que não foram iniciadas investigações na PF para apurar a influência do crime organizado. O ministro aalegou ainda que o maior risco se dá sobre o sistema de financiamento eleitoral, concentrado hoje em doações de pessoas físicas. ” Há, sim, preocupação com o crime organizado pela sua capacidade de mobilização e de inibição de conduta diversa (nas áreas comandadas por eles). Agora, qual é a quantidade de votos que isso pode mobilizar? Ninguém sabe, ainda é uma especulação. Qual a possibilidade de eficácia da ação deles? Ninguém sabe”, afirmou.

O ministro da Justiça também disse que, caso haja algum indício, a PF abrirá investigações. Por ora, os policiais estão “olhando com lupa” situações de risco identificadas em estados como Ceará, Amazonas e São Paulo, além do Rio.

“Até o momento, não foram identificados potenciais candidatos ao pleito eleitoral de 2018 que receberão apoio direto e específico de organizações criminosas”; “não há informação concreta de que integrantes de grupos/facções que atuam em tais modalidades criminosas estejam se articulando com o objetivo de interferir na eleições”, afirmou Jardim.

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