O município de Jaicós há anos enfrenta problemas com a falta de água, no final do ano de 2014 e início de 2015, a população jaicoense chegou a ficar 9 meses sem abastecimento, tendo que enfrentar as enormes filas nos poços, que às vezes também falhavam, ou comprar água. O reservatório voltou a abastecer a cidade em 9 de abril de 2015, após um período chuvoso que elevou o nível do açude.
Apesar do problema ter sido amenizado, até hoje, o município continua enfrentando dificuldades. O açude Tiririca, responsável pelo abastecimento da cidade de Jaicós, continua em nível crítico. Segundo o chefe do escritório local da Agespisa, João de Edmundo, o reservatório apresenta atualmente apenas um terço de sua capacidade. “Nosso manancial, o açude Tiririca, está com sua capacidade abaixo da média, um volume muito pequeno. O reservatório está com apenas um terço de sua capacidade. É uma açude com 5 milhões de metros³, que para Jaicós, já é insuficiente. Na época em que o açude foi construído era suficiente, hoje não é mais porque nossa população aumentou” disse.
Devido à baixa quantidade de água no Tiririca, a empresa Águas e Esgotos do Piauí (Agespisa), vem há um longo período realizando racionamento no município. “A agespisa tem continuado com o revezamento. Em cada dia abastecemos em um bairro diferente. Estamos dividindo em três etapas o abastecimento e só conseguimos abastecer através desse revezamento e também, infelizmente, não é possível que tenha água nas residências durante as 24 horas” explicou.
João de Edmundo ressaltou que o racionamento não pode ser interrompido, devido ao pequeno volume do açude. “O racionamento não pode parar, em função da baixa capacidade do nosso manancial. Se nós insistirmos em funcionar 24 horas essa reserva vai embora em poucos meses, ficando uma situação mais crítica e voltando àquela época dos meses em que o povo ficou sem água, e nós não queremos isso. Queremos que o povo de Jaicós seja atendido” disse ele.
Além do açude Tiririca, a cidade também é abastecida através de poços, mas que também são insuficientes para a demanda no município. “Temos hoje quatro poços funcionando, o que é insuficiente para a demanda do nosso município, mas é através deles, juntamente com o açude, que estamos jogando essa pequena quantidade de água para os usuários da agespisa. Mas, muitos poços já secaram e a tendência é secar mais” falou.
João de Edmundo ainda alertou os jaicoenses para que economizem e evitem o desperdício. “Quero pedir aos jaicoenses a compreensão para evitar o desperdício de água, porque se os usuários também fizerem a sua parte, fica melhor para a Agespisa levar água para todos, não somente para os que estão em regiões mais favorecidas, mas também para que aqueles que moram em locais mais altos da cidade, possam também receber a água. Então, o apelo que faço à nossa comunidade é que tenham sabedoria na hora de utilizar a água, pois se soubermos usar será mais difícil faltar” falou.
A promessa da adutora
Desde o ano de 2011, ou quem sabe até em anos anteriores a esse, se fala no meio político sobre a construção de um sistema adutor da barragem Poço de Marruás, em Patos do Piauí, à Jaicós. O ex-governador Wilson Martins prometeu, o atual governador Wellington Dias (PT) também, mas até hoje a promessa não foi cumprida.
“Temos uma promessa dos governantes, desde o ex-governador Wilson Martins, de vir água da barragem de Patos e, com certeza, só iremos ter um abastecimento contínuo quando chegar essa água de Patos, mas a promessa feita pelos governadores até hoje não foi cumprida e ela só vai acontecer se estivermos constantemente cobrando” ressaltou.
O chefe do escritório local da agespisa disse ainda que “Se não tivermos chuvas frequentes no nosso município para que volte a abastecer o reservatório vamos voltar novamente ao ponto de comprar água. A não ser, que o governador nos veja com bons olhos e traga água da barragem de Patos ou de outro lugar que possa vir, se isso não acontecer, vamos voltar a receber água de carro-pipa, porque até hoje, ainda tem gente que compra água quando falta do tiririca. Porque não tem como a agespisa mandar água 24 horas, porque não tem de onde tirar” finalizou João de Edmundo.
Enquanto as chuvas não vêm, as promessas não se cumprem e os clamores do povo não são ouvidos, os jaicoenses continuam carecendo da preciosa e “tão difícil” água. Um problema que se arrasta e se agrava a cada ano e que parece caminhar a passos muito largos rumo à resolução.
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