A coordenadora do Samu Aéreo, Cristiane Rocha, esclareceu, nesta quarta-feira (27), que não foi possível atender o paciente Francisco Emanoel de Oliveira Morais, que morreu no dia 25 de dezembro no momento em que era transportado de São Raimundo Nonato a Teresina via terrestre por uma ambulância. A equipe estava com dois planos de voos e, devido à estrutura da aeronave, não tinha condições para realizar um terceiro. Todos os três casos eram considerados graves. Para a família do Emanoel, o uso da aeronave poderia salvar a vida do jovem. De janeiro até hoje, o Samu Aereo realizou 198 atendimentos.
“No dia do ocorrido, nós tivemos a solicitação de dois transportes aeromédico. Então, a primeira ocorrência foi feita para Floriano para ser transportado uma criança e já tínhamos na espera de atendimento, para quando a equipe retornasse, um novo plano de voo para transportar uma criança para Parnaíba. Nós não temos condições de fazer mais de dois voos por dia. Às vezes, dependendo do horário nós só conseguimos fazer um voo porque depende do horário da entrada da solicitação. Nós já teríamos dois voos para ser feito e nós não teríamos condições e tempo hábil para fazer o terceiro voo”.
Critérios de urgência
Cristiane Rocha ressaltou que o transporte aéreo é indicado para os pacientes graves e que necessitam de um atendimento mais especializado, mas a prioridade é a entrada da ocorrência.
“Entrou a primeira ocorrência, a gente faz, mas claro que se for um paciente extramente grave e o outro que entrou a solicitação no mesmo horário e dá para aguardar o médico regulador faz essa triagem com os médicos solicitante”, disse Cristiane.
Sobre a ampliação desse serviço, a coordenadora disse que não há previsão, mas deverão ocorrer algumas melhorias.
“Hoje voamos em uma aeronave pequena. A nossa expectativa é de que em breve, eu acho que no início do ano já saia um edital para licitar uma aeronave maior onde nós teríamos mais autonomia de voos. Com isso, pode ser que consigamos fazer três voos. O problema não é somente esse, mas também a questão dos horários, da entrada de solicitações porque nós podemos decolar a qualquer horário, mas não podemos retornar a qualquer momento, nós temos limitação no retorno”.
Uma vez a equipe precisou dormir em São Raimundo Nonato porque não tinha condições de retornar a capital e veio com o paciente no dia seguinte. Muitos aeródromos no interior não tem iluminação e a equipe precisa decolar com segurança.
“Não é só entrar na aeronave e colocar o paciente, nós temos toda uma logística de plano de voo, de liberação do aeroporto, da equipe chegar ao local de destino, uma ambulância receber a equipe no aeroporto”, acrescentou a coordenadora. Cada ocorrência gera entorno de 5 horas.
Ela também alertou que o paciente não pode ser levado para o aeroporto porque ele pode desestabilizar no caminho e não condições de voar. Por isso, a equipe do Samu Aéreo vai até onde o paciente está aguardando.
“Para segurança do paciente é melhor estabilizar no hospital do que no aeroporto. Muitas vezes, a equipe vai precisar preparar esse paciente para ser transportado. Uma coisa é você transportar o paciente por via terrestre, outra coisa é por via aérea. Dinamicamente, esse paciente pode desestabilizar lá em cima e é tudo mais complicado quando você decola”.
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