A deputa estadual Belê Medeiros falou com exclusividade ao SCP Notícias 2ª Edição, na Rádio Difusora AM 920 KHz, nesta quarta-feira (1º). A parlamentar revelou detalhes da decisão do governador Wellington Dias de exonerar dos cargos de secretários quatro deputados, para que voltassem ao parlamento e ajudassem na aprovação do Projeto de Lei n° 40/2017, que prevê o aumento de impostos de alguns produtos no estado.
“Mais importante do que permanecer deputada, é o povo do Piauí estar bem”, diz a suplente, explicando por que votaria contra a proposta caso permanecesse na bancada durante a decisão. “Fiz isso com muita tranquilidade, com muita firmeza da minha postura. Fui compreendida pelo governador e espero que a gente possa administrar isso da forma mais simples possível”, reforça.
Belê Medeiros negou informações divulgadas em setores da imprensa estadual de que seria pessoalmente a favor da proposta enviada à Alepi pelo governo, mas que, para acompanhar o partido, teria se posicionado contra. “Isso não procede, essa informação foi passada de forma maldosa. Seria, para mim, bastante contraditório querer votar em aumento de impostos, já que a minha família vive eminentemente do comércio, e o que todo comerciante menos gosta é aumento de impostos”, argumenta.
Apesar do afastamento da bancada, a suplente picoense diz que não foi surpreendida e que a relação com a base governista permanece inabalada. Ela informa que foi comunicada com antecedência pelo governador Wellington Dias de que seria afastada para aprovação do projeto.
ENTREVISTA: Belê Medeiros – Aumento de Impostos
Projeto foi aprovado com ampla maioria
Depois de sofrer derrota na Comissão de Fiscalização e Controle, Finanças e Tributação da Assembleia, que rejeitou o PL, o governo conseguiu a reviravolta no Plenário da Alepi, onde conta com o apoio da maioria dos parlamentares.
A Alepi rejeitou o relatório do deputado Rubem Martins, que havia sido aprovado na Comissão de Finanças. No relatório, Martins pedia a supressão de pontos centrais da proposta original do governo, sendo eles: a majoração de 31% de combustíveis e a utilização de empréstimos para pagamento de dívidas previdenciárias.
Com o relatório da oposição recusado, o projeto passou quase que na íntegra; a única mudança foi a retirada do artigo que tratava sobre o aumento da tarifa de energia elétrica. A alteração já havia sido acordada entre o Governo do Estado e empresários ainda no início do mês, depois da primeira tentativa da Comissão de Constituição e Justiça de analisar a constitucionalidade da proposta.
Ao final da sessão plenária a oposição reagiu adiantando que irá preparar um mandado de segurança a ser impetrado no Tribunal de Justiça do Piauí. Os reajustes propostos pelo governo passarão a valer a partir de janeiro de 2018.