O ex-governador e presidenciável, Ciro Gomes (PDT), não acredita que o candidato do PT para presidente será o ex-presidente Lula. Em Teresina nesta terça-feira (10), Ciro Gomes afirmou que deve haver uma tensão natural entre PT e PDT nas próximas eleições, pois os dois partidos que sempre rumaram juntos, vão apresentar, cada um, candidaturas próprias ao Planalto no ano que vem.
“Por regra nós somos parceiros por aí a fora, mas haverá uma tensão porque nessas eleições agora nós apresentaremos uma candidatura do PDT. E o PT, acredito que por sua natureza, também terá candidatura que não creio que será a do Lula. Faremos o debate democrático e respeitosamente e respeitaremos aquilo que é uma inerência da história brasileira. Nós somos uma federação em que cada lugar tem uma cultura, um desenho e é preciso respeitar isso”, declarou.
Ciro Gomes confirmou que será candidato à presidência, pois tem o anseio de apresentar uma proposta diferenciada que represente uma alternativa nova para conter a crise e promover o desenvolvimento em prol do coletivo. O ex-governador afirmou ainda que tem o sonho de unir os partidos progressistas brasileiros para que possa apresentar ao Brasil um projeto de desenvolvimento brasileiro que vai unir os interesses práticos de quem produz com os de quem trabalha.
“E o Partido Socialista Brasileiro está passando por um momento de revisão das suas e eu tenho dialogado com eles que são velhos amigos queridos, respeitados, companheiros e tenho esperança que a gente possa estar ombreado nessa luta”, disse Gomes.
PDT estadual
De acordo com Ciro Gomes, o PDT deve apresentar candidaturas próprias ao governo, mas ele deixou claro que essa não é uma obrigatoriedade, pois deve-se respeitar as peculiaridades partidárias e a conjuntura de cada região.
“Eu acredito que sim, mas não há camisa de força, não há precedente na história brasileira, de que você fazendo aliança nacional, ela se replique igualzinha em todo canto. Cada lugar tem sua manha, cultura e é preciso ter respeito, paciência e tolerância com tudo isso. Haverá tensões naturalmente, mas no Piauí nós temos a autonomia da nossa direção que saberá conduzir as coisas com a habilidade necessária”, falou.
Governo Temer
Ciro Gomes fez uma avaliação do governo Michel Temer (PMDB) e na sua visão, “infelizmente”, o presidente irá terminar seu mandato sem maiores forças opositoras.
“Ele está em uma situação em que o país sofreu um golpe de Estado promovido pela quadrilha que ele chefia, com o Eduardo Cunha, que infelizmente dominou a maioria da Câmara federal. E o Congresso, o Parlamento é o santuário da democracia, só que a maioria foi corrompida e vulnerou a maioria corrompida e ele vai atravessar essa crise repudiado pela opinião pública, mas sustentado pelos interesses estrangeiros, do baronato brasileiro e pela distribuição do dinheiro público que falta na saúde para comprar deputado”, falou sobre o governo federal.
Bolsonaro
Ao participar da convenção estadual do PDT na capital hoje, o ex-governador também comentou sobre o que considerou “despreparo” para disputar uma eleição à presidência do seu possível opositor na disputa, deputado federal Jair Bolsonaro (sem partido).
“Vejo com muita naturalidade. Bolsonaro é um momento e não um amadurecimento. É um protesto contra a política nacional tradicional, é um repúdio à corrupção generalizada e aquela vontade ainda pouco refletida de mudar. Ele tem 26 anos de mandato como deputado e quer na sua primeira experiência simplificar questões que são complexas como segurança pública, combate à corrupção, com frases de efeito. Nem digo que seja por mentira propriamente. Acredito que seja por despreparo, inexperiência, porque se ele tivesse alguma vocação executiva, ele teria ajudado o estado dele, como prefeito, como governador, o Rio de Janeiro, que é a terra dele, e agora está empregando baratas e é o epicentro da corrupção, como um governador condenado a 45 anos na cadeia e ele querendo como primeira experiência a presidência da república”, finalizou.
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