A confirmação de dois casos de sarampo em São Paulo, um deles na capital e o outro na cidade de São Vicente, no litoral sul do estado, trouxe de volta uma preocupação que ficou adormecida nos dois anos da pandemia do novo coronavírus: a possibilidade de um surto da doença, como aconteceu em 2019.
De acordo com o Ministério da Saúde, naquele ano houve 18.203 casos confirmados e 15 mortes no Brasil. Com isso, o país perdeu o certificado de erradicação da doença, concedido em 2016 pela Opas (Organização Pan-Americana de Saúde).
Para Juarez Cunha, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), o distanciamento social imposto pela Covid-19 passou a ideia de que o surto de sarampo estava resolvido, porém, isso não era real.
“Os números diminuíram em decorrência das medidas não farmacológicas adotadas para a Covid-19, porque o sarampo também se transmite de forma respiratória, mas nós continuamos com um surto no país. Ainda tínhamos casos em São Paulo e Amapá, mesmo durante a pandemia. A tendência é que esse quadro aumente agora”, alerta o pediatra.
A única forma de combater a doença é por meio da vacinação, que no Brasil tem registrado coberturas cada vez menores. Dados do DataSUS (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde) mostram que no ano passado pouco mais de 49% da população tinha as duas doses do imunizante contra o sarampo – o número considerado ideal é 90% da população.
r7