Em greve há 16 dias, servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no Piauí reuniram, nesta segunda-feira (11), parte da bancada federal do estado e representantes de assegurados da instituição para pedir a intermediação de pautas da categoria com o governo federal.

Segundo o presidente Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social, Saúde, Previdência, Trabalho e Assistência Social do Piauí (Sintprevs-PI), Antônio Machado, as principais reivindicações da categoria são a realização de um concurso público e o reajuste salarial de 19,99%.

Antônio Machado acrescentou que ao longo dos anos houve um aumento substancial de demanda, em contrapartida a uma diminuição de mão de obra. Atualmente, existem 32 agências do INSS no estado com um corpo de 420 funcionários.

“São reivindicações antigas, precisamos de reposição de pessoal, de pessoas que se aposentam, que morrem, que vão para outro concurso, temos um déficit muito grande. No entorno de 23 mil vagas, como um paliativo. Estamos cobrando também uma meta menos abusiva, porque o servidores são praticamente escravizado, além da reposição salarial em vista dessa defasagem. As condições de trabalho também, aqui não temos nem cadeira para sentar”, disse o presidente.

Servidores saem algemados de casa, diz presidente

O presidente do Sindicato também fez críticas às operações da Polícia Federal que prenderam funcionários do INSS em investigações sobre supostas falsificação de documentos. Para ele, existe uma perseguição com a categoria.

“Outra reivindicação é a perseguição do servidor do ponto de vista do atendimento, muitas vezes o servidor sai de casa algemado, porque executou um serviço que precisou ser feito, que a PF investigue primeiro os falsários. Não somos fizemos concurso para reconhecer documentos falsos, está lá, nós despachamos, não temos como questionar um documento que está lá com o timbre nacional”, destacou.

Completo descaso, afirma Rejane Dias 

Estiveram presentes na reunião parlamentares da base que faz oposição ao governo de Jair Bolsonaro (PL), sendo eles: o senador Marcelo Castro (MDB) e os deputados federais petistas  Merlong Solano e Rejane Dias.

Além deles, representantes das Comissões do Idoso e Pessoa com Deficiência e da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí (OAB-PI).

Rejane Dias, que é a presidente da Comissão Parlamentar da Pessoa com Deficiência na Câmara Federal, classificou a situação das agências do INSS no estado como “tristes” e disse que servidores e as pessoas que necessitam dos atendimentos ofertados enfrentam um “completo descaso”.

“Sou presidente da Comissão Parlamentar da Pessoa com Deficiência e vejo que são completamente impactadas por essa falta de estrutura e total descaso. Para fazer uma perícia dessas a demora é muito grande. É triste”, pontuou.

Já o Marcelo Castro afirmou que veio constatar a situação das agências do INSS e se coloca à disposição para realizar intermediações da reivindicações junto ao Senado.

“Estou à disposição para me juntar a eles nessa luta e reivindicação que estão fazendo. É por isso que estão em greve, portanto, vim aqui prestar minha solidariedade”, disse Marcelo Castro.