O delegado Miguel Carneiro, titular da Delegacia Regional de Polícia Civil de Jaicós, concluiu o inquérito sobre a morte de Gracenilda de Oliveira Silva, de 34 anos, ocorrido na noite do último dia 04 de outubro, em sua própria casa, na cidade de Jaicós.

No dia do fato, a Polícia Militar foi acionada para atender um caso de suicídio. No entanto, ao chegar no local, os policiais levantaram a suspeita de que a mulher pudesse ter sido assassinada com um corte no pescoço. Um jovem de 21 anos, de iniciais Q. D. L. R., genro da mulher morta, foi encontrado no local com a roupa ensanguentada e demonstrando nervosismo, chegando, inclusive, a ser socorrido pelo SAMU e levado para o hospital da cidade.

A Polícia Civil e a Perícia Criminal foram acionados e analisaram o local. Diante suspeitas, o genro de Gracenilda foi levado do hospital para a Delegacia, passando a noite recolhido. Na tarde da terça-feira, 05 de outubro, o delegado Miguel Carneiro, responsável pelo caso, diante do conjunto de indícios, representou pela prisão do suspeito em flagrante. No mesmo dia foi realizada a audiência de custódia, onde juiz e promotora decidiram por manter a prisão, e durante a tarde, o jovem foi levado para o presídio de Picos, onde segue preso.

A Polícia Civil, no entanto, ainda aguardava os laudos do exame cadavérico feito no corpo de Gracenilda e da perícia feita na residência onde o corpo foi encontrado. O delegado Miguel recebeu o material no início desta semana, e nesta quarta-feira, 13, concluiu o inquérito policial.

“Concluí o inquérito dentro do prazo e entreguei ontem no Fórum. Ele foi indiciado por homicídio qualificado. No laudo cadavérico, o médico legista apontou uso do meio cruel. A vítima foi assassinada por esgorjamento. Isso é uma qualificadora do homicídio. Além disso, ele prevaleceu a proximidade com a vítima, do fato de morar com a vítima, para praticar o crime”, informou o delegado responsável pelo caso.

“Chegamos a essa conclusão considerando tanto o laudo cadavérico, feito pelo médico legista em Floriano, quanto o laudo pericial feito no local do crime pelo perito criminal da Polícia Civil, que analisou a cena do local do crime. Nenhum desses laudos apontaram a possibilidade de suicídio, pelo contrário, os dois apontaram para homicídio por morte violenta”, disse Miguel Carneiro.

Nos interrogatórios a que foi submetido, o jovem de 21 anos, genro da vítima, fez uso do direito de silêncio e não deu nenhuma informação sobre o caso.

O delegado Miguel salientou que deu prioridade ao caso para que pudesse ser concluído com rapidez e não restassem dúvidas sobre a causa da morte de Gracenilda. O caso agora está com o Poder Judiciário. “Os próximos passos agora são com o judiciário e a promotoria. A Polícia Civil concluiu o serviço”, disse.

Em entrevista, o delegado fez questão de destacar a atuação dos policiais que tiveram o primeiro contato com a cena no crime, tanto os militares, como os civis, e que no primeiro identificaram indícios de que a vítima não tivesse tirado a própria vida, mas sim, assassinada pelo genro. A autoridade policial enalteceu, também, a atuação do Ministério Público, por meio da Promotoria de Jaicós, que na audiência de custódia, opinou pela manutenção da prisão do suspeito do crime. “Se o Ministério Público tivesse opinado pela liberdade, ele teria sido solto, e agora, que foi constatada a prática do crime, ficaria mais difícil capturarmos ele”, pontuou.

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