A jovem Maria Clara Honorato, de 22 anos, que perdeu toda a família para a Covid-19 em Teresina, recebeu a primeira dose da vacina contra a doença nesta quinta-feira (17). A primeira a falecer foi a irmã de Maria, a nutricionista Bianca Maranhão. Dez dias depois, a jovem perdeu a mãe, a professora Noélia Maranhão e, três dias depois, o pai, o empresário Manoel Honorato.
A jovem recebeu o imunizante por ser estagiária de educação física e estar cumprindo o estágio obrigatório na área. Para o local de vacinação, Maria foi vestida com uma camisa com a frase de protesto “Fora Bolsonaro” e com um cartaz escrito “Vacina salva, máscara protege e Bolsonaro mata”.
“A dose que minha irmã, minha mãe e meu pai não tomaram”, afirmou a jovem em uma publicação em seu perfil em uma rede social.
Ao G1, a estudante contou que irá continuar o legado de sua família. “Estou mais tranquila, sempre estive tranquila. É confiar nos planos de Deus. Vou continuar o legado deles, mesmo com minha família em outro plano, e tudo vai dar certo”, afirmou Maria.
Morte da família
O pai e a mãe de Maria foram internados no dia 12 de maio. Manoel tinha hipertensão e chegou a receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Já Noélia e Bianca, esta última hospitalizada poucos dias depois dos pais, possuíam obesidade e ainda não haviam sido imunizadas.
Bianca morreu no dia 26 de maio. No dia 5 de junho faleceu Noélia e, no dia 8 de junho, faleceu Manoel Honorato.
No dia da morte da professora Noélia Maranhão, amigos, familiares e colegas de trabalho realizaram cortejo em sua homenagem.
A homenagem teve como ponto de partida a funerária onde o velório da professora aconteceu, no Centro da capital. Em seguida, o cortejo seguiu para a Escola Municipal Professor Valter Alencar, no bairro Vale Quem Tem, onde Noélia atuou nas salas de aulas e na parte administrativa por cerca de 20 anos. Na unidade escolar, balões foram soltos em homenagem à professora.
G1 PI