A violência é um problema que atinge toda a população. É difícil encontrar uma pessoa que nunca tenha sido alvo de criminosos. No caso do carteiro Adão Veras, de 55 anos, os assaltos são rotineiros. O funcionário Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) da relatou ao G1 que, nos últimos cinco anos, sofreu 20 assaltos enquanto trabalhava em Teresina. A EBCT ainda não se posicionou sobre o assunto.

O último roubo ocorreu nesta quinta-feira (21). “É tanta insegurança e trauma que não posso ver uma moto que já fico me tremendo”, disse o carteiro.

“Até cinco anos atrás isso nunca havia me acontecido. Agora já somo 20 assaltos e 16 Boletins de Ocorrência. Não há segurança na hora de fazer as entregas. Estamos sempre achando que alguma coisa ruim vai acontecer”, acrescentou Adão Veras.
O homem já possui 30 anos de profissão e, segundo ele, o último assalto o fez repensar sobre sua atuação na rua. “Fiquei cerca de dez minutos com o pé do assaltante no meu pescoço. Ali mesmo no meio da rua com as pessoas olhando. Eu até desejo sair das ruas e trabalhar internamente na empresa. São muitos traumas”, lamentou.

De acordo com Adão Veras, o alvo dos assaltantes sempre são os celulares e as encomendas. “Já levaram três celulares meus e quatro smartphones dos Correios. Desta vez até me surpreendi porque só pediram o celular institucional que uso para registrar a entrega das encomendas. Mas já chegaram a levar todos os pacotes dos clientes”, disse.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintecpi), Edilson Rodrigues, afirmou que já notificou, por meio de ofício, os Correios e frequentemente orienta os trabalhadores assaltados durante o trabalho para que busquem o sindicato e formalizem o pedido de danos morais.

“Procuramos a direção da EBCT para buscar formas de resguardar a integridade dos trabalhadores dos Correios. Também já buscamos os órgãos de segurança para que as áreas com maior incidência de assalto seja mapeada pela Polícia Militar do Piauí. Também é importante que o trabalhador busque o sindicato para que não tenha prejuízos, já que maioria dos assaltos, os objetos pessoais dos carteiros são levados pelos bandidos”, explicou o sindicalista.

G1 PI