A Caixa Econômica Federal pretende ampliar o Caixa Tem, para transformar o aplicativo no “banco digital da menor renda”. Por isso, se prepara para oferecer novos serviços no aplicativo, que hoje é usado nos pagamentos do auxílio emergencial. Entre eles, opções de microcrédito, seguros e cartões.

Segundo a Caixa, 91,7 milhões de poupanças sociais digitais foram abertas gratuitamente para os brasileiros que estão recebendo benefícios sociais do governo na pandemia de covid-19. São brasileiros que recebem o auxílio emergencial, mas também o saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEM).

O plano do banco é manter essas contas abertas gratuitamente no pós-coronavírus. “Todos os produtos serão mantidos. Todos os produtos gratuitos continuarão gratuitos. E faremos mais”, disse o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, nesta quarta-feira (26/8).

Ele disse que o “aplicativo do Caixa Tem é o banco digital para a menor renda, que é 80% da base de clientes da Caixa”. Por isso, vai continuar oferecendo o pagamento digital de benefícios sociais, inclusive do Bolsa Família, que hoje é pago apenas de forma presencial. Mas também vai ganhar novos serviços bancários.

Outras novidades

Entre as novas funcionalidades em preparação na Caixa, está a oferta de microcrédito, de seguros e de cartões. Guimarães comentou que a entrada do microcrédito na plataforma do Caixa Tem, por exemplo, está sendo finalizada. E uma ferramenta que, segundo o executivo, vai permitir o empréstimo de “R$ 100, R$ 200, R$ 300” para os brasileiros de baixa renda e para os trabalhadores informais que hoje recebem o auxílio emergencial de forma rápida, simples e digital.

Ele não deu detalhes sobre a oferta de seguros ou cartões. Hoje, o Caixa Tem já oferece um cartão de débito digital que pode ser usado em compras online e também em compras presenciais, aproximando o celular das maquininhas de cartão. Ao todo, 67,5 milhões desses cartões de débito virtuais foram emitidos na pandemia pelo Caixa Tem.

A ampliação do Caixa Tem e dos serviços voltados à baixa renda pode ser uma forma de o banco continuar com os beneficiários do auxílio emergencial na sua base de clientes no pós-coronavírus. Afinal, cerca de 40 milhões de cidadãos que não tinham nenhuma conta no banco foram bancarizadas pela Caixa para receber os benefícios emergenciais na pandemia.

O esforço em pagar esses brasileiros, por sinal, foi apontado por Guimarães como um dos fatores que reduziu o lucro da Caixa Econômica Federal no segundo trimestre deste ano. Segundo o executivo, o banco praticamente parou em abril e maio para pagar o auxílio emergencial. Por isso, acabou reduzindo os contratos comerciais. Logo, perdeu receita e lucro no auge da pandemia.

A queda foi de 39,3% no lucro líquido e de 18,8% nas receitas com prestação de serviços e tarifas de bancárias. Mas, segundo o presidente da Caixa, era esperada diante da pandemia de covid-19 e pode ser revertida nos próximos meses com a retomada dos negócios do banco.

 

Fonte: Correio Braziliense