As chuvas intensas que atingem o Piauí desde o começo do ano já deixaram pelo menos 579 famílias desabrigadas. O número foi apurado pelo Cidadeverde.com junto a prefeituras e gestores de cidades consideradas em situação de risco ou de emergência já decretadas pelos respectivos poderes públicos municipais.

Segundo a Secretaria Estadual de Defesa Civil, que vem monitorando e auxiliando os municípios quanto ao enfrentamento da situação, ao menos quatro prefeituras já haviam comunicado a publicação de decretos, no entanto, apenas duas haviam protocolado solicitação de emergência junto ao Ministério  do Desenvolvimento Regional (MDR).

Teresina, com solicitação de emergência em análise na Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), já contabilizava nesta terça-feira (11) 494 famílias abrigadas em alojamentos temporários instalados em escolas da rede municipal ou na casa de parentes com auxílio de um aluguel solidário. Mesmo com a estabilização do nível dos rios, a capital segue em alerta quanto às famílias em áreas de risco.

Outra cidade com requisição pendente na Sedec é Regeneração, onde mesmo com as chuvas tendo causado alagamentos e desabamento de casas, a prefeitura garante que, no momento, nenhuma família está desabrigada. “Fizemos o decreto de emergência para conseguir ajuda do governo federal para repararmos as estradas da cidade que ficaram bastante danificadas, pois não temos essa condição no momento”, explicou o prefeito Seu Dua.

Em Curimatá a situação é de “alerta vermelho”, segundo o prefeito Valdeci Júnior. Além das 28 famílias, sendo 20 da zona urbana e 8 de áreas rurais, assistidas pelo poder público municipal, o gestor informou que pelo menos outras 27 famílias já deixaram suas residências por conta própria devido a iminência de alagamento pelas chuvas, quantidade que pode chegar a 65 segundo a Defesa Civil do Estado.

“Felizmente ontem não choveu e até agora também não, mas estamos numa situação de alerta vermelho, com muitas famílias desabrigadas”, relatou o prefeito, que ainda mencionou a atual condição do trecho da PI-246, que liga a cidade ao município de Morro Cabeça no Tempo, que rompeu na madrugada da última segunda-feira (10).

Em Uruçuí, onde as chuvas e o aumento do nível do Rio Parnaíba e as fortes chuvas provocaram o rompimento em um trecho da PI-247 que passa pela cidade e a remoção de aproximadamente dez famílias de suas residências. Segundo a Defesa Civil do Estado, a cidade tem atualmente 9 famílias acomodadas em abrigos.

Embora não registre nenhuma família desabrigada devido às chuvas, Ribeiro Gonçalves também decretou situação de emergência em consequência dos impactos causados por este período chuvoso.

Já em Floriano, a Defesa Civil Municipal cita ao menos 30 famílias realocadas de suas casas. Apesar de não ter decretado situação de emergência, a cidade possui um dos cenários mais críticos no estado. Nesta terça-feira (11), o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) emitiu um novo alerta ao município em relação à cota de inundação do Rio Parnaíba.

“Temos dado todas as orientações para aqueles municípios que procuram a Defesa Civil, sobretudo em relação ao monitoramento, que é uma ação fundamental. Nesse momento é importante preservarmos vidas, monitorando as previsões climáticas, meteorológicas, e nível dos rios nessas cidades”, finalizou José Augusto, secretário estadual da Defesa Civil.

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