O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender que a população não seja obrigada a usar máscara para se proteger da Covid-19. Durante entrevista a uma rádio da região do Vale do Ribeira, nesta segunda-feira (23), Bolsonaro disse que vai se reunir com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para elaborar a recomendação de não obrigatoriedade das máscaras. “Hoje (segunda) eu vou me reunir com o ministro Queiroga para nós darmos uma solução para esse caso”.

“A ideia é a seguinte, pela quantidade de vacinados, pelo número de pessoas que já contraíram o vírus – quem contraiu o vírus obviamente está imunizado também, como é o meu caso -, nós queremos tornar facultativo, orientar que o uso da máscara não precisa mais ser obrigatório, essa é a nossa ideia que talvez tenha uma data a partir de hoje para essa recomendação do Ministério da Saúde”, afirmou Bolsonaro.

Vale lembrar que, diferente da ideia equivocada propagada pelo presidente, quem pegou o vírus ou já foi vacinado não está completamente imune e protegido da doença. Existe a possibilidade de reinfecção e, principalmente, transmissão para outras pessoas.

Outro ponto a ser ressaltado é a alta circulação da variante Delta no país, que é mais agressiva e contagiosa que o vírus original. Especialistas recomendam, portanto, que o uso de máscaras, bem como o distanciamento social, são as melhores maneiras de prevenir que o vírus se espalhe ainda mais.

“Nesse momento da pandemia, o uso de máscara, distanciamento social e identificação de portadores à partir de exames é de fundamental importância. A vacinação é de fundamental importância no combate às formas graves e óbitos pela doença também”, afirma Paulo Rezende, infectologista e diretor do Hospital Santa Ana, em São Caetano, no ABC paulista.

“Mesmo com avanço da população vacinada, há, por enquanto, um hiato na população até 18 anos que ainda não está imunizada. Estes podem ser responsáveis pela manutenção da pandemia. Países que afrouxaram o uso de máscara e distanciamento, como os EUA e Israel, voltaram a apresentar aumento na incidência de Covid-19”, conclui o especialista ouvido pelo iG Saúde.

iG