O Piauí é um dos quatro estados brasileiros que seguem uma recomendação do Ministério da Saúde (MS) para não vacinar contra Covid-19 grávidas, puérperas (pessoas em período pós-parto) e lactantes sem comorbidades, segundo levantamento do G1.

A Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) afirma que aguarda a suspensão da orientação do ministério para poder retomar a imunização do público, que é considerado, por lei, prioritário no estado.

Além do Piauí, Alagoas, Sergipe e Tocantins também não estão aplicando vacinas em grávidas, puérperas e lactantes sem comorbidades. Isso acontece porque, em 14 de maio, o MS emitiu uma nota técnica na qual recomendava a suspensão da aplicação de doses nesse público.

O ministério afirmou ao G1 que os estados/municípios que vacinaram esse público após a publicação da recomendação fazem isso porque o Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu autonomia para decisões regionais relacionadas à pandemia.

Apenas um dentre os municípios mais populosos do estado, Floriano, chegou a aplicar doses em gestantes, puérperas e lactantes sem comorbidades.

Em entrevista à TV Clube, o secretário de saúde do município disse que a decisão ocorreu porque apenas um hospital atende esse público na cidade e que a entrada de uma única paciente com sintomas de Covid já altera a organização da unidade.

No Piauí, uma lei estabeleceu a prioridade de gestantes, puérperas e lactantes na vacinação contra a Covid-19 no estado.

A Sesapi disse que a recomendação do MS impede, por enquanto, o cumprimento dessa lei e que, por conta da orientação, o ministério nem mesmo enviou doses destinadas a esse público.

O Ministério Público do Piauí expediu uma recomendação ao Governo do Estado para que ela seja cumprida, mas a secretaria reforçou que continua a seguir a orientação e que só prosseguirá com a vacinação quando o MS suspender a orientação.

O MS informou ainda que a revogação da suspensão está sendo analisada por um comitê técnico, mas que não há previsão de quando isso acontecerá. Até então, no Piauí, segue a vacinação apenas de gestantes, puérperas e lactantes com comorbidades.

G1 PI