O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que é presidente do Consórcio Nordeste e coordenador da temática Estratégia para a vacina contra a Covid-19 do Fórum de Governadores do Brasil, comemorou nesta sexta-feira (4) a aprovação da importação excepcional de doses das vacinas Sputnik V e Covaxin, dada com restrições.
“Significa que podemos ter a licença de importação. Nós vamos fazer neste sábado uma agenda do Consórcio Nordeste, com o Consórcio da Amazônia, com os governadores, com o comitê científico, com a nossa área técnica da Saúde, para que a gente possa com as procuradorias ver agora as providências. As providências para garantir a entrada no Brasil, dessas 37 milhões de doses que compramos pelo Nordeste junto com a Amazônia, e outras compras feitas pelo Brasil. Tudo que o Brasil mais precisa é de vacina. Vacina para salvar vidas”, disse ele.
A decisão da Anvisa, no entanto, vale apenas para lotes específicos de imunizantes trazidos de fora e não configura autorização de uso emergencial pela agência. No caso da Covaxin, o uso será limitado a 1% da população. E, em relação à Sputnik, será restrito a 1% da população de cada estado. Ou seja, ainda pode ser cedo para se falar nas 37 milhões de doses a que o governador se refere.
Dias afirmou durante a semana que a meta do Fórum de Governadores é ter 100 milhões de doses dos imunizantes além dos previstos no cronograma de entrega.
Em maio deste ano, o Consórcio Nordeste pediu que a Anvisa reavaliasse a importação da vacina e enviou um ofício com respostas do Instituto Gamaleya, responsável pela fabricação da vacina, com os questionamentos feitos pela agência na sessão que rejeitou a importação do imunizante.
A Sputnik V foi requisitada por seis estados: Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco e Piauí. Em abril, um pedido de 30 milhões de doses para 14 estados foi rejeitado pela Anvisa.
Já a Covaxin faz parte de encomenda do Ministério da Saúde, que renovou o pedido de importação de 20 milhões de doses – em março, a compra também foi negada pela agência.
Outros estados
Além de Dias, outros governadores do Nordeste se manifestaram a respeito da decisão da Anvisa nesta sexta.
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), disse em seu perfil verificado no Twitter:
“Passando para informar que logo após a decisão da Anvisa que liberou a importação da vacina Sputnik nós já estamos em contato e amanhã pela manhã, portanto na manhã deste sábado teremos uma videoconferência dos governadores do nordeste e também do consórcio da Amazônia Legal, todos os governos que têm assinatura de interesse e termo de compra da vacina russa, para que possamos alinhar o processo de importação e a estratégia com o calendário para a chegada de vacinas para ampliar a vacinação em todo o Brasil e particularmente dos nossos estados e claro, no estado do Pará. Vou mantendo vocês informados, trabalhando para ampliar a vacinação que venha mais vacina, pra proteger a nossa população. Um. se proteja, use máscara e uma boa noite pra você, valeu.”
Camilo Santana (PT), governador do Ceará, disse em nota:
“Boa notícia para os cearenses e demais estados. A Anvisa aprovou há pouco a importação e distribuição da vacina Sputnik V. Mesmo de forma “excepcional e controlada”, com ainda pequena quantidade de doses liberadas, a aprovação já representa um avanço para que tenhamos mais vacinas disponibilizadas à nossa população. Lembro que o Ceará tem acordo para adquirir mais de 5,5 milhões de doses. A Sputnik já está sendo utilizada em 66 países e tem eficácia comprovada acima de 91%. Não vou descansar um minuto até que todos os cearenses sejam vacinados.”
O governador da Bahia, Rui Costa (PT), disse:
“É apenas o início, mas depois de muita luta conseguimos aprovação para importar e aplicar a Sputnik V. A quantidade autorizada pela Anvisa está muito abaixo da real necessidade. Agora, é batalhar para fazer chegar logo o que foi aprovado e vacinar nosso povo. Vacina salva vidas.”
O Governo de Sergipe informou que não vai se pronunciar sobre o assunto por enquanto. Vai aguardar para entender melhor a o conteúdo da decisão da Anvisa.
O G1 também entrou em contato com os governos de Maranhão e Pernambuco e aguarda retorno.
G1 PI