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Coordenador garante que Picos tem estoque de remédios para hanseníase após falta em 18 estados

Coordenador de Controle à Hanseníase, Gilberto Valentim (Foto: Daniela Meneses)

Municípios de pelo menos 18 estados do país estão sem os remédios usados para tratar a hanseníase, uma combinação de três antibióticos chamados de poliquimioterapia, ou PQT. O dado é do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), que já reuniu nos últimos 15 dias mais de 100 relatos de pacientes que estão desde o 2º semestre de 2020 sem tratamento.

As entidades nacionais ligadas à hanseníase também têm se mobilizado para pressionar o Ministério da Saúde há mais de seis meses. Em agosto, tanto o Morhan quanto a Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH) realizaram audiência com o Ministério Público Federal (MPF) para relatar a crise.

Mais de 40 mil brasileiros estão em tratamento de hanseníase e dependem desses remédios, segundo dados de agosto de 2020 do Ministério da Saúde.

Procurado pela reportagem do Grande Picos, o coordenador de Combate à Hanseníase em Picos, Gilberto Valentim, afirmou que o município dispõe de estoque dos medicamentos para o tratamento da doença por pelo menos 90 dias.

“De acerta forma, nós estamos até confortáveis aqui, porque nós tivemos essa notícia de que ia faltar medicação, ainda em outubro de 2020. Então a gente fez uma solicitação de medicação em uma quantidade bastante substanciada, e a gente estocou no período, então para 90 dias nós temos medicação tranquilo e não vai faltar para a gente”, disse.

Valentim afirmou que com o desabastecimento, já há procura de municípios da região por remédios em Picos. “Algumas cidades da região já estão vindo pegar medicação conosco, porque já está faltando. O Ministério [da Saúde] não fez essa previsão correta das medicações para 2021, e está faltando em todos os estados do país”.

O coordenador destacou também que há informações da Coordenação Estadual de Combate à Hanseníase, que o estado vai receber um pequeno lote em fevereiro, e a previsão é de que a partir de março o problema de desabastecimento dos remédios seja resolvido no país.