A taxa oficial de desemprego no Brasil subiu para 13,3% no trimestre encerrado em junho, atingindo 12,8 milhões de pessoas, com um fechamento de 8,9 milhões de postos de trabalho em apenas 3 meses em meio aos impactos da pandemia de coronavírus. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa uma alta de 1,1 ponto percentual na comparação com o trimestre encerrado em março (12,2%) e de 1,3 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre de 2019 (12%).
Trata-se da maior taxa de desemprego desde o trimestre terminado em maio de 2017, quando também ficou em 13,3%. E o desemprego só não foi maior porque muita gente simplesmente deixou de procurar emprego ou não estava disponível para trabalhar em meio à pandemia de coronavírus.
A taxa de desemprego em junho ficou ligeiramente abaixo da mediana de 30 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, de 13,4%.
Confira os principais destaques da pesquisa do IBGE:
- Brasil registra maior taxa de desemprego em 3 anos (13,3%)
- País perdeu 8,9 milhões de postos de trabalho em 3 meses. Desse total, 6 milhões eram informais e 2,1 milhões no comércio
- Ocupação no mercado de trabalho atingiu o menor nível histórico
- Número de desalentados chegou a 5,7 milhões, novo recorde
- Atualmente, tem mais gente sem trabalhar do que trabalhando no país
- Queda de 2,9 milhões de empregados com carteira assinada
- Queda de 2,4 milhões de trabalhadores sem carteira assinada
- Queda de 2,5 milhões de trabalhadores por conta própria
- A taxa de informalidade (33,9%) é a menor da série histórica
- População subutilizada atingiu o recorde de 31,9 milhões de pessoas
- Massa de rendimentos encolhe 5,6%, o que representa uma perda de R$ 12 bilhões no volume em circulação na economia
Queda recorde no número de ocupados
O número de pessoas ocupadas no Brasil teve redução recorde de 9,6% em relação ao trimestre encerrado em março, superando o recorde anterior registrado no trimestre encerrado em maio, quando a queda foi de 8,3%.
“A população ocupada (83,3 milhões de pessoas) chegou ao menor nível da série histórica iniciada em 2012, com redução de 9,6% (8,9 milhões de pessoas a menos) em relação ao trimestre anterior e de 10,7% no confronto com o mesmo trimestre de 2019 (10 milhões de pessoas a menos)”, informou o IBGE.
Apesar da alta da taxa de desocupação, o número de desempregados apresentou estabilidade na comparação com o trimestre de janeiro a março (12,9 milhões de pessoas) e também com igual trimestre do ano anterior (12,8 milhões de pessoas).
De acordo com a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, a taxa de desemprego subiu por causa da redução da força de trabalho, que soma as pessoas ocupadas e desocupadas. “Essa taxa é fruto de um percentual de desocupados dentro da força de trabalho. Então como a força de trabalho sofreu uma queda recorde em função da redução no número de ocupados, a taxa cresce percentualmente mesmo diante da estabilidade da população desocupada”, explica.