A ansiedade é um sentimento que todos nós podemos ter em determinados momentos de nossas rotinas. Entretanto, em excesso, ela pode tornar-se um distúrbio psicológico que causa prejuízos à saúde física e emocional de quem sofre com o problema. Uma das principais características desta condição é o mal estar provocado pela insegurança em relação a situações que só irão acontecer no futuro.

Intimamente ligada ao medo, a ansiedade é acionada pelo corpo, especificamente por uma área do cérebro que percebe algum tipo de ameaça ou perigo e, a partir daí, alguns mecanismos de defesa emocional começam a agir. “A principal diferença entre o medo e a ansiedade é que o primeiro surge em situações de risco imediato, já a segunda não altera a racionalidade e está voltada para o que não aconteceu”, explica o psicólogo Thiago Sampaio. O sentimento dispara um estado de alerta sensível, quase um radar daquilo que pode ou não afetar a vida. É por isso que uma pessoa ansiosa vive em sobressalto, esperando que algo aconteça.

A relação entre a ansiedade e a baixa autoestima

A ansiedade é altamente influenciada pela maneira que pensamos. E é neste detalhe que o transtorno pode ganhar uma dimensão poderosa para prejudicar nossa autoestima. “Os sentimentos negativos são como um ímã para a ansiedade e consequentemente para o sofrimento”, diz Sampaio. Os pensamentos negativos e catastróficos podem ser desencadeados por traumas e incertezas, ambos relacionados à baixa autoestima.

“As pessoas não são ansiosas porque querem. É automático pensar em problemas quando já se passou por situações de medo”, pondera o psicólogo. A preocupação excessiva com um futuro que ainda não aconteceu é uma demonstração de insegurança. O excesso de pensamentos pessimistas gera um ciclo vicioso que tende a impactar negativamente a autoestima do indivíduo. Segundo o profissional, a ansiedade é um combustível que alimenta a baixa autoestima. Nem sempre ela é negativa, mas uma pessoa que sofre por antecipação pode estar se sentindo em desvantagem diante das situações, tornando-a insegura.

Impactos da insegurança

A falta de segurança também pode prejudicar nossa vida pessoal e profissional. Uma pessoa que se sente insegura diante de seu chefe pode correr o risco de não ser valorizada em âmbito profissional. Consequentemente, as frustrações surgem e podemos sentir que não somos bons o suficiente para desempenhar determinadas funções. O mesmo padrão de pensamento pode acontecer em um relacionamento, quando um dos parceiros trai e o outro descobre. Nestes casos, o trauma pode ser grande, fazendo com que haja o medo de relacionar-se no futuro, por inseguranças ligadas à fatores como a aparência e a personalidade.

Combatendo o problema

As redes sociais e o excesso de informações fazem com que nos comparemos com todos que estão à nossa volta. Além disso, o meio digital nos permite transmitir apenas os aspectos positivos de nossa vida. Portanto, cultivamos a ilusão de que todos ao nosso redor estão felizes, menos nós mesmos. Sentimos que estamos abaixo de um padrão de sucesso, e isto faz com que exista um sentimento internalizado de inferioridade. Contudo, por mais que em nosso contexto atual seja difícil evitar as comparações, é possível ponderar e reconhecer nossas qualidades. É necessário também reconhecer a desigualdade em nossas comparações, a fim de não reduzir o amor próprio e a autoestima. Focar-se na racionalidade pode afastar pensamentos destrutivos.

“Acreditar em si é tão fundamental quanto manter um raciocínio lógico diante de qualquer situação da vida”, afirma o psicólogo. Cultivar a confiança e uma visão realista diante das situações rotineiras também garante o bem-estar, o que diminui a ocorrência de complexos e inseguranças. A busca por uma maior autoestima é essencial para minimizar a ansiedade, pois nos dá forças para enfrentarmos qualquer obstáculo.

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