Os servidores municipais da Saúde e da Educação realizaram na quinta-feira (25) mais um ato em protesto contra a Prefeitura Municipal de Picos. Nesta semana, eles foram surpreendidos com a notícia de que a gestão do prefeito Walmir Lima conseguiu da Justiça o parcelamento em quatro vezes do salário do mês de dezembro, que permanece em atraso.
O advogado Giovani Madeira, representante do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Picos (SINDSERM), defendeu que a decisão prejudica especialmente os servidores com baixos rendimentos, como vigias e zeladores que recebem apenas um salário mínimo.
“Esse parcelamento é indesejado. Os assalariados são quem mais sofrem com os atrasos salariais – um enfermeiro, um técnico ou médico tem normalmente dois ou três empregos, mas um vigia, um zelador e um motorista, por exemplo, sobrevivem apenas desse salário. Então não é interessante que haja atraso e também não é interessante que haja parcelamento do que está atrasado”, pondera o advogado.
A presidente do SINDSERM, Edna Moura, afirmou que a situação gera indignação e revolta para a classe trabalhadora. Ela reforça que a assessoria jurídica do órgão vai tentar reverter a decisão da Justiça. “Não é uma situação positiva para os trabalhadores […] Vamos com a equipe jurídica procurar tentar reverter essa situação para que os servidores recebam integralmente os salários de dezembro”, garante a sindicalista.
O Procurador Geral do Município, Maycon Luz, defende que não há recursos em caixa para pagar os servidores. Segundo ele, a gestão espera fundos de uma conta da Saúde vinculada onde estão disponíveis R$ 6 milhões. Essa seria a alternativa encontrada pelo município como alternativa para pagamento dos servidores
“Informamos para o juiz a situação financeira do município no momento e pedimos autorização para que nós pudéssemos estar pagando o mês de dezembro dos servidores e novembro dos comissionados e contratados”, conclui.