O piauiense está mal quando o assunto são as finanças e o controle dos seus gastos, é o que aponta o levantamento do Índice de Saúde Financeira realizado pelo sistema Guia Bolso junto a 26.894 pessoas em todo o Brasil durante o primeiro semestre de 2017. De acordo com o estudo, a saúde financeira do piauiense caiu 3,33% de janeiro a julho deste ano, indo na contramão do Brasil, cuja média de saúde financeira subiu 1,71%. Isso significa que a população economicamente ativa do Estado teve relativa dificuldade em manter os gastos sob controle e sair do vermelho.

A pesquisa analisou as finanças com base em três variáveis: o fluxo de caixa registrado no sistema, o investimento feito e as dívidas. O economista Francisco Sousa comenta que a saúde financeira pode se referir tanto à disponibilidade dinheiro, quanto à capacidade de gestão da renda.

“As possibilidades financeiras podem aumentar mesmo com o valor salarial se mantendo o mesmo, se houver controle dos gastos. Quanto à diminuição da saúde financeira no nosso Estado, nós podemos inferir que a capacidade do piauiense em administrar a sua renda não foi tão boa quanto no restante do país”, diz o economista. Francisco acrescenta ainda que isto pode ser um indício de que não está havendo controle de dívidas nem de aplicação prudente de recursos e receitas pelos piauienses.

Foram analisados ainda pontos como a diferença entre as entradas e saídas mensais da conta corrente, se as pessoas conseguiram evitar o uso do cheque especial e quanto elas estão aplicando em investimentos mensalmente. Em uma escala que vai até 700, a saúde financeira do Piauí fechou julho em 377 pontos, enquanto a média do Brasil foi de 416 pontos no mesmo mês.

Francisco alerta que a redução é considerada preocupante, porque releva que o piauiense não estaria sabendo o que fazer com sua própria renda. Ele cita como exemplo o acionamento do cheque especial, que representa, assim como o cartão de crédito, uma falsa sensação de possuir dinheiro. “A partir do momento em que a pessoa usa o cheque especial, ela entrou no descontrole. Não é só não ter dinheiro, mas muitas vezes ter e não saber como utilizar e controlar esse recurso”, afirma.

O ideal, segundo o economista, é anotar sempre os gastos e fazer a contabilidade mês a mês, para garantir que o recurso que sair será menor ou ao menos compatível com o recurso que entra. No cenário de crise econômica que o Brasil vive atualmente, é importante também evitar fazer dívidas longas, que vão consumir por muito tempo uma fatia considerável do orçamento.

Portal O Dia